Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia, foi questionado mais uma vez sobre a posição que o Brasil vai adotar em meio a crise geopolítica entre o governo dos Estados Unidos e a fabricante de telecom chinesa Huawei. No entanto, ele afirmou que a empresa não está sob investigação no país e voltou a dizer que a decisão sobre as operações da mesma caberá ao presidente Jair Bolsonaro.
O questionamento foi realizado no última sexta-feira (8), quando o ministro esteve em São Paulo para assinar um memorando da prefeitura de São Paulo e a Finep. Pontes ainda declarou que não foi feita uma análise específica de cada uma dessas possibilidades. “Não se muda a infraestrutura de um país de uma hora para outra. A questão tem de ser pensada, analisada com fatos para tomarmos decisão baseada em realidade”.
A declaração sobre uma improvável mudança de infraestrutura está no fato de que a Huawei fornece tecnologia de rede móvel para as operadoras brasileiras há duas décadas. Caso a empresa seja proibida de operar no país, haveria uma mudança em toda a estrutura de telefonia, o que acarretaria um custos enormes para as operadoras e um atraso considerável na implementação do 5G.
Caso Huawei
Hoje, a Huawei trava uma batalha geopolítica com os EUA (cuja linha política adotada pelo presidente Donald Trump encontra apoio de Bolsonaro) e o Reino Unido, que acusam a fabricante chinesa de usar a sua infraestrutura para realizar atos de espionagem sob ordens do governo chinês.
Durante a Mobile World Congress 2019, a maioria dos fabricantes e executivos não quis se pronunciar sobre a Huawei, por conta da possibilidade de ela ser banida de alguns países por causa das suspeitas de espionagem. Em contra-ataque, o chairman da empresa chinesa foi enfático em declarar que seus equipamentos não têm nenhum tipo de Backdoor – uma espécie de método de segurança que faz com que diversos softwares tenham uma porta de entrada secreta que, muitas vezes, é usada por hackers para invasão.