Durante o MWC19, em Barcelona, a quinta geração da rede de telefonia móvel não deixou de ser assunto em nenhum momento. Hoje, o atraso dos países latino-americanos com relação à definição do espectro que será usado para o 5G – e ao posterior leilão dessa faixa – foi levantado com certa preocupação pelo presidente da Qualcomm na região, Rafael Steinhauser.
“Faltam planos sólidos para prover ao 5G o espectro na faixa sub-6 GHZ e em ondas milimétricas. Há apenas iniciativas, tímidas, no Brasil e no Chile”, declarou o executivo aos jornalistas. Enquanto isso, em alguns mercados desenvolvidos, a implementação da rede móvel caminha em estágio avançado.
O Chile anunciou que vai leiloar um total de 60 MHz na faixa de 3,5 GHz. E o Brasil pretende liberar 200 MHz nessa frequência. A Qualcomm estima que o ideal, no entanto, seriam 100 MHz por operadora.
Em ondas milimétricas, a situação é ainda pior: a faixa a ser utilizada nem sequer foi definida, muito menos quando aconteceria o leilão. Os governos latino-americanos estariam aguardando a realização da WRC19 (World Radiocommunication Conference), conferência internacional sobre uso de espectro. A expectativa é de que o Brasil opte pela faixa de 26 GHz, apesar de países como EUA, Coreia do Sul e Japão, referências no desenvolvimento dessa tecnologia, terem escolhido 28 GHz.
O MWC foi marcado por lançamentos de vários modelos de telefone habilitados para o 5G. Ao todo, 30 foram anunciados até agora – 29 deles usam chipset da Qualcomm, segundo Steinhauser. Infelizmente, ainda deve demorar um bom tempo para poder desfrutar dessa revolução na conexão móvel no Brasil. Uma rede comercial de 5G é prevista no país apenas para 2023, ainda que o presidente da Anatel, Leonardo Euller, tenha dito que leilão dos espectros 5G no país aconteça até março de 2020. .